segunda-feira, março 19, 2007

Mescalito!!!

Não, eu não vou entrar no mérito de falar sobre Mescalito de maneira profunda como talvez eu gostaria de fazer... É somente uma forma de desabafar!

Eu estou nesse momento ouvindo uma musica que eu encontrei num site de downloads de um grupo (ou DJ) chamado 48 Volts e o nome da musica é Mescalito! Claro que me lembrei da Erva do Diabo de Carlos Castañeda prontamente quando vi a musica e justamente por isso baixei. Coloquei-a pra repetir várias vezes de tanto que eu gostei. Com a ajuda de alguns remédios alopatas, e, essa musica tocando ao fundo, me sinto meio fora de órbita.

De alguma forma, enquanto estamos parados, as coisas vão se movimentando, na verdade nada está parado, nem nós mesmos quando julgamos estarmos parados. Eu desejo profundamente e de todo o coração que esse seu momento ruim passe o mais depressa possível. Sei que ele é necessário para o seu próprio crescimento, embora sei também que enquanto não olhar para o próprio umbigo e parar de sonhar ter uma vida que você não tem, você ainda poderá me castigar por eu ser tão sincera e crua contigo. Mas, entenda que não é por maldade! Eu guardo você com muito carinho em meu coração e tudo o que eu mais desejo é que nossa amizade não morra.

Detesto quando evita falar sobre o que é real, ou o que é o momento. E isso faz com que você me veja de maneira negativa, porque te tiro do irreal e te lanço na lama, mas você sente o cheiro da lama na qual todo o seu corpo esta imerso, você sabe que não é nada disso, mas tenta me enganar, tenta dizer que as coisas são da maneira que você deseja que elas sejam. E então você me xinga e me odeia, mas sabe que é verdade! E o assunto só te chateia!

Mas, isso me traz uma certa esperança, esperança de que você pressionado, num beco sem saída, passe a entender tudo o que eu quis que compreendesse há algum tempo atrás. Eu desejava que fosse realmente livre, como você gostava de dizer. Também sei que sua idade ainda faz com que tenha pensamentos imaturos e que o comodismo é o seu maior ‘pecado’ para com o deus que existe dentro de você.

Mas você me fez crescer, me fez me sentir uma verdadeira guerreira, uma mulher valente e corajosa, segui minhas intuições e para o meu espanto, tudo o que eu previ e intui estavam corretos! Você também despertou uma auto-confiança danada em mim mesma, foi não só meu amante, como também um instrutor, um verdadeiro amigo de minha alma. Eu precisava escrever isso, para me sentir um pouco em paz comigo mesma, para diminuir a tensão e preocupação que eu sinto por você. Embora eu te avisei antes de acontecer! E isso te irrita profundamente, eu sei... Mas é ego, meu amigo, ego! Não estamos livres dele! Temos de aprender a sermos mais receptivos, e não nego que isso eu aprendi com você! Pena que você só soube dar a lição, sem que tivesse luz e consciência sobre o que estava fazendo!

Vou te proteger, sempre! Não que eu me sinta melhor ou mais forte que você, mas porque você é o querido amigo da minha alma!

sábado, março 17, 2007

STT - Ritmos Como Indução para Estados de Transe

STT – Ritmos como indução para Estados de Transe.
© 1999 by Aufsteigender Adler

Tradução: Hedra Babalon (hedra666@hotmail.com)

Eu divido a estimulação rítmica do transe em três categorias: ritmo de corpo, ritmo sonoro e visual. Cada um desses será tratado aqui.


O Ritmo do Corpo Que Induz Estados de Transe.

Geralmente a dança, o tremor e o balanço do corpo são mencionados como uma técnica de indução. Dançar e balançar são dois meios naturais de executar o ritmo com o corpo. O transe induzido por caminhadas e hiper-ventilação como dois especiais tipos de trabalho de transe pertencem a esta categoria também.

É bem conhecido que dançar é um dos melhores modos de entrar em transe. Todo mundo que vai a discoteca está familiarizado com este efeito. Tradicionalmente os Sufis usam um tipo de dança rodopiante para induzir o transe mais rapidamente. Apesar de girar o corpo inteiro o tremor da cabeça produz efeitos semelhantes (Olá, Headbangers!). Os vários cultos de voodoo em todo o mundo usam a dança também. A música freqüentemente é usada como a parte vital de indução de transe (veja abaixo), além da dança. A fotografia (n.t. para ver a fotografia entre no site: http://www.kondor.de/findexb.html e clique sobre este artigo sob o nome de: “STT - Rhythms as Induction for Trance States”) mostra praticantes de voodoo em Benin os quais dançam a dança do pássaro e entram totalmente em transe durante a dança. Os dançarinos já estavam em profundo transe quando eles começaram a dançar a dança do pássaro – a música já estava fazendo seu trabalho. Eles conhecem os rituais e a musica já era profunda em seus ossos desde a infância. A “Certeza” ou crença e a experiência são profundamente ancoradas e o transe e a possessão podem ocorrer muito mais fácil. Acrescento que você pode identificar-se mais fácil com os acontecimentos quando entrar em transe. Algumas pessoas com ‘ritmos no sangue’ pode ter mais facilidade no transe que outras. Alguns outros estão em tal estado profundo de transe que é difícil voltar a eles mesmos novamente.

O tremor e o balanço é um outro tipo de indução de transe (ou um sinal de transe profundo). Jan Fries chamou isso de "Seiðr", um termo usado no velho nórdico, traduzido como “fervente” ou “arte culinária”. Fervente é o melhor termo para descrever as experiências e sensações estáticas que você tem durante o Seiðr. Os praticantes foram chamados de "Seiðmadr", "Seiðberandi", "Seiðman" ou na forma feminina de "Seiðkona". Durante a era média essas artes quase foram extintas. O transe expressa por si mesmo com tremores, balanços ou sacudidelas do corpo. Os bosquímanos do deserto Kalahari, o San e o !Kung, induz o transe primeiro pela dança e hiperventilação. Depois que o transe retrocede interiormente, eles começam a se chacoalhar e balançar. Eles chamam este estado de “KIA” – um termo usado por Spare para descrever um ego atmosférico. Dentro da KIA os pensamentos vêm à extremidade e o estado de “Nem isso, nem aquilo” de Spare é alcançado. O ego morre e KIA age livremente. A freqüência do balanço também determina a experiência de transe: balanços lentos induzem estados diferentes dos balanços mais rápidos ou tremores.

Na região do Himalaia há alguns lamas que correm longas distancias sem ficarem cansados. O ritmo de caminhar ou correr pode induzir estados de transes também. Depois de um certo tempo de estar correndo – os quais variam muito – um ritmo controla o caminhante e este já não se sujeita à fadiga. As distancias percorridas podem ser tremendas. Caminhada de 100 km ou maratonas extremas são um exemplo. O mais importante é o objetivo de sua caminhada. Não é possível correr mais e mais depois que você alcançou o objetivo que quis alcançar; Eu mesmo uso as estrelas como um ponto de fixação durante minha própria caminhada.
Um outro método de indução de transe é a hiper-ventilação. Um lado dessa técnica usa um rápido ritmo de respiração, mas o despertar do transe é muito mais a hypocapnia que você consegue por causa de uma redução de pCO
2 (Dióxido de Carbono) em seu sangue. Sinais disso são: parestesia de extremidades (formigamento) e a balbuciação, dor de cabeça, a posição da mão como a planta do pé (n.t. ficar de quatro?) e espasmos generalizados. A hiper-ventilação em combinação com o Seið ou dança aperfeiçoa o transe. Durante o transe o padrão de ventilação muda novamente, mas mantém ainda o estado alterado por um tempo. Este é um modo seguro de indução de transe – exceto se você é histérico ou de qualquer outra forma mentalmente doente.

Ritmos Acústicos.

O ritmo do tambor é um som ouvido na maioria dos círculos do moderno xamanismo. Freqüentemente o poder da indução de transe de um tambor é explicado pela influência, a pulsação na exata freqüência tem influencia sobre as ondas cerebrais do ouvinte. Um ritmo de 4 para 5 bps (bits por segundo) é dito ser necessário. Também se alguém trabalha em uma máquina ou perto de sons rítmicos, produzidos por maquinas, a pessoa cai facilmente em estado semelhante ao transe também. A maioria do tempo essas pessoas estão em transe, mas com uma forte relação para as atividades que elas estão fazendo. Estimulações corporal, visual e acústica estão juntas representando. Dentro da cultura voodoo mais complexa preferem os ritmos mais rápidos para a indução de transe. O tambor não é o grande indutor de transe para os shamans, como sempre é indicado de modo vulgar. Muito freqüentemente outros instrumentos são usados como chocalhos, varas, arcos, cantos em taças, didjeridoos (n.t. ????) ou a voz. Os shamans siberianos estão já em profundo transe, antes de tocar seus tambores. Freqüentemente eles estão como um transe Seið. Quase qualquer som rítmico produzido literalmente por qualquer coisa pode ser usado para extasiar o ouvinte. Não está claro, porque a humanidade reage com estados alterados de consciência ao escutar ritmos. A explanação psicológica com ondas Alfa, Beta e Teta e a influência dos ritmos destas é uma idéia instável e não é de toda a ultima teoria a ser formulada. Uma nota interessante, de qualquer maneira: Durante os primeiros nove meses de vida dentro do útero de nossa mãe todos nós ouvimos muito próximo um ritmo constante: o batimento do coração dela. Talvez a chave para nosso estado de transe está escondido lá.

Orientando sobre a estimulação visual eu menciono a meditação guiada e hipnose como modos acústicos de induzimento ao transe. Com o discurso variando de tom o ouvinte pode facilmente ser remetido à vários níveis de transe. Dentro de muitas técnicas de hipnose a fala sugestiva é uma parte essencial. Uma outra forma de indução rítmica é magnetismo Mesmers – o qual eu considero uma mistura de forma sensorial, visual, sugestiva e outras influências.

Indução Visual de Transe.

Movimentos rítmicos, como prestar atenção, podem induzir ao transe tão facilmente quanto os outros métodos descritos. O pendulo balançando, como exemplo, é uma terapia hipnótica bem conhecida. Danças rítmicas e dançarinos, raios de sol refletidos num corpo de água, ondas sobre o alto mar, brilhos rítmicos (máquina de sonhos!) todos pertencem a um método de indução visual. O Xamanismo Siberiano usa utensílios na cabeça (n.t. chapéus, panos, peles, etc) como uma indução adicional para o transe. As franjas de couro penduram-se na frente dos olhos do shaman e se movem a cada movimento do shaman. O shaman pode ver melhor com isso.

Por favor, observe que a indução de transes rítmicos pode produzir estados epiléticos. Se você tem alguma doença epilética, então suspenda a indução de transe por métodos rítmicos.

sexta-feira, março 16, 2007

Em Resposta ao Meu Anônimo Amigo

Eu estava me preparando para treinar meu inglês e traduzir mais alguma coisa, mas recebi no meu ‘post’ anterior um comentário, de uma pessoa que não quis se identificar, que talvez possa ser alguém que se intitula um ex-amigo meu. A mensagem é:

“Palavras também podem destruir. Devia pensar mais nisso.
Amigos, bom, muitas vezes tiramos de nossa vida, por causa de paranóias, pessoas que muito nos querem. e muitas vezes o fazemos pois é melhor massagear nosso ego hedonista.
Plantar e colher.”

Eu penso que está correto, que as palavras podem destruir, a falta de palavras também pode destruir. Enviar um comentário anônimo pode ser um meio também de querer apontar os erros dos outros, sem sequer se dar a chance de ver qual o próprio erro. Um relacionamento bem como o fim do mesmo nunca é unilateral, mas nós sempre achamos que é melhor apontar o outro como o ‘culpado’, porque é sempre mais gostoso estar correto, do que saber que também é capaz de errar. Não são só as palavras que destroem uma amizade, pois nem só de palavras é feita uma amizade.

Eu preferia certamente, dizer tais coisas a essa pessoa, sabendo realmente quem é ela.

Eu, como qualquer outra pessoa no mundo, tenho todo o direito de ter minhas próprias paranóias, ter meus próprios defeitos, ter meus próprios pensamentos... E por que não cultivar o hedonismo? Plantar e colher? Cíclico... E, um amigo, certamente um amigo, que se diz ‘muito querer’, usaria um blog para mandar uma mensagem anônima? Então, esse amigo é desconhecido? Se é desconhecido, é um amigo? Eu penso que não.

Mas, egos são egos, e eu e meu Anônimo Amigo temos os nossos e nos protegemos e agimos defensivamente, porque não queremos estar ambos errados, ou sermos ambos culpados, mas queremos estar ambos certos, porque estar certo é fazer com que nosso ego se sinta melhor perto do outro ego ‘culpado’, do ego ‘errado’.

De qualquer forma, sendo um Anônimo Amigo, não posso dizer que sinto sua falta, não posso saber realmente se errei e onde errei, você não pode me fazer crescer, você não tem nada a me dar, você não é um amigo, você não quer muito, você só quer usar as palavras para ferir, para acariciar seu ego, como supôs que quis fazer com o meu ‘ego hedonista’, e talvez isso me faz saber que não é realmente um amigo, embora posso pensar que é um amigo, essa palavra tem uma outra conotação para mim. E por isso penso que não somente as palavras podem destruir, mas também nossas ações. Um amigo tem meus contatos e um amigo não tem medo de me dizer seu nome. Um desconhecido, sim, pode fazer qualquer coisa, pode ser anônimo, pode ser ninguém... Um amigo nunca é ninguém.

Mas, este Anônimo pode não querer ser meu amigo, e está em seu direito, mas também não quer viver sem mim, aliás, quis me deixar uma mensagem, quis avisar sobre sua ‘dor’, quis me ferir. E isso me faz feliz, para meu Anônimo Amigo, eu ainda não sou indiferente!

segunda-feira, março 12, 2007

Expirando...


Eu estava escutando minha ‘agora’ musica da Tori Amos, Cornflake Girl, e pensando um pouco a respeito da vida, meio influenciada por Osho, mas com uma certa mania maluca de ficar esperando coisas, desejando coisas, querendo seguir e me sentindo presa de qualquer forma. Querendo deixar que as coisas aconteçam, mas com tamanha ansiedade a não me permitir acontecimentos. E isso porque disse que estava influenciada por Osho, estou tentando aprender a desaprender.
Acho que esse é um sentimento bastante comum, o de estar presa, de não agir ou não reagir, e ainda assim deixar os pensamentos obcecados por esses desejos, simplesmente ficar a mercê dos pensamentos e desejos que me invadem a todo instante. Talvez isso se deve de qualquer forma a falta de açúcar, há dias venho trocando açúcar por aspartame e isso deve (e de fato está) influenciando bastante meu humor.
Mas talvez todas essas coisas sejam benéficas, toda essa lentidão... E como o tempo se arrasta! Mesmo quando deveria correr, mesmo quando noto que já faz muito tempo que eu estou aqui, mesmo quando observo que dias e horas e mesmo mês já se passaram, eu ainda digo e digo novamente: Como o tempo se arrasta!
De alguma forma me sinto triste hoje, não porque estou frustrada, ou porque gostaria que o tempo corresse, ou porque queria estar fazendo qualquer outra coisa além de escrever por aqui. Também não é porque me sinto confusa, não é porque eu espero um telefonema, não é porque sinto que desejo um amigo, não é porque os pensamentos me invadem, não é porque eu quero muitas coisas. Só me dei o direito de me sentir triste e desajeitada. Há um anjo triste perto de mim!
E como eu adoro escrever coisas sem um sentido aparente, há muito não fazia isso e há muito esse prazer não se tornava tão claro. Deixar minha sombra percorrer entre linhas de uma folha em branco, deixar que meus sentimentos sejam abertos para quem quiser ver, deixar que os dedos deslizem pelo teclado sem formular qualquer idéia, sem saber o que realmente é interessante escrever, sem buscar um assunto que seja de interesse mútuo. Escrever pra mim, só pra mim, por puro prazer, por pura vaidade, por puro delírio.
E deuses!
Sei o quanto ás palavras podem ser vazias, sei o quanto elas podem esconder, sei o quanto podem revelar, sei o quanto elas podem enganar, sei o quanto elas podem fazer você pensar qualquer coisa diferente daquilo que eu gostaria que pensasse, sei que elas não descrevem nada. Mas o que seria eu? Quem eu seria, se não tivesse as palavras para colocar todo este sentimento para fora?
E agora e só agora, sou vazia!

Morte - Por Tori Amos


Morte
Tori Amos

É engraçado, mas nos dias bons não penso tanto nela. Na verdade, nunca. Não digo nem “oi” quando o sol está na minha janela e minha barriga está quentinha. Nos dias ruins eu converso com a morte constantemente. Não sobre suicídio, porque honestamente ele não é suficientemente dramático. A maioria de nós adora o palco, e o suicídio é, definitivamente, a última apresentação. Por isso, sou viciada em palcos, o suicídio nunca foi uma opção para mim – além disso, as pessoas examinam você, ficam olhando para as suas gordurinhas e não dá para cruzar as pernas para dar aquele interessante ângulo de coxas, e isso é deprimente.
Portanto, conversamos.
Ela diz coisas que ninguém jamais pensaria em dizer, tipo: “vamos comer um cachorro-quente”. E aí parece que nada é impossível.Uma vez, ela me contou que existe um pedaço dela em todo mundo. Embora Neil acredite que eu seja mais Delírio do que Tori, Morte me ensinou a aceitar isso, sabe, sem medo de ser feliz. E quando eu realmente aceito isso, sei que a Morte está em algum lugar dentro de mim. Ela é o tipo de garota que todas as meninas gostariam de ser. Acredito que por causa de sua aceitação de ser “o que é”. Ela sempre me lembra que há mudanças em “o que é”, mas a mudança não pode ocorrer antes de aceitarmos “o que é”.
Como ontem, todos os gravadores estavam pifando novamente. Nós quase perdemos uma gravação original e a banda vai embora amanhã. Não podemos gravar mais nenhuma música até resolvermos este problema. Estamos no meio do nada no deserto, e meu ser quer se arrastar sob um cacto e se desligar de tudo. Em vez disso, eu tingi o cabelo e ela me visitou. Então, comecei a aceitar a confusão na qual me encontro. Sei que confusão ao contrário é o oãsufnoc, e me senti muito melhor possuidora desta informação. Nas últimas horas, permiti me sentir derrotada e, exatamente como ela disse, se você aceita sentir-se do jeito que realmente está, talvez não tenha mais medo deste sentimento.Quando você está de joelhos, está mais perto do chão. As coisas parecem mais próximas de alguma forma.
Se tudo que posso dizer é “não estou neste pântano, não estou neste pântano”, então não há uma corda na minha frente, nem um jacaré atrás de mim, tampouco uma garota sentada comendo um cachorro-quente. E, se eu acreditasse nisso, morrer seria a única resposta, porque, dessa forma, a Morte não poderia mais vir e me dizer “Beleza!”. Afinal, ela tem um irmão que acredita na esperança.

quinta-feira, março 08, 2007

Palavras...

“Todos os místicos, em todo o mundo, sempre se sentiram impotentes no que se refere à comunicação. A comunhão é possível, mas a comunicação não o é. Isso deve ser entendido desde o princípio. A comunhão possui uma dimensão totalmente diferente; dois corações se encontram, e dá-se um caso de amor. A comunicação se faz de cabeça para cabeça. A comunhão se faz de coração para coração; a comunhão é um sentimento. Comunicação é conhecimento: só palavras são dadas e só palavras são recebidas e compreendidas. E as palavras são tais, a própria natureza das palavras é tão morta, que nada do que é vivo pode se relacionar através delas. Mesmo na vida comum – deixando de lado o Definitivo – mesmo na experimentação comum, quando vives um momento grandioso, um momento estático, quando realmente sentes algo e tornas-te algo é impossível dizê-lo através de palavras”.

Bhagwan Shreen Rajneesh (ou Osho, se preferir)

Eu particularmente acho Osho maravilhoso, há muitas coisas das quais ele fala que eu não consigo entender por falta de neurônios ou experiências mesmo, enquanto outras são perfeitas, ele fala de maneira como que tocasse meu coração, me faz compreender uma porção de coisas e torna-me uma feliz ignorante em várias outras. Mas, enfim...
Hoje estou no meu estado ordinário, comum, após uma noite de sono sem sono, se é que me entendem, meu estado tão meu, tão ordinário... Meu previsível HUMOR DE JARARACA. E justamente por saber que ninguém perde seu tempo lendo esse blog, que só não o chamo de maldito, porque eu o amo de qualquer forma, me sinto no direito de escrever qualquer besteira, entre elas falar mal dos outros.
Meu foco de atenção? Super extra hiper magos poderosos, mestres da senda do conhecimento do Orkut. Ontem mesmo fui abordada no MSN por um desses supostos mestres, loucos pra te ensinar coisas, que julgo eu, nem eles sabem. Mas ego é sempre ego em qualquer lugar, ainda tentei informar ao mesmo que eu gostava de alguns caminhos, que usava alguns sistemas, mas ainda assim, ele insistiu que deveria me ensinar algo. Me mostrou um símbolo (Yin e Yang) e me perguntou se eu sabia o que aquilo significava, eu (sem o meu humor de jararaca, claro) tive a boa intenção de falar um pouco a respeito e para o meu terror – para não usar a palavra impaciência - ele disse que eu nada sabia sobre aquele símbolo, porque se eu soubesse teria falado mais a respeito. Bem, eu soltei uma bela frase, como: “Eu já passei da fase de querer provar aos outros que sei ou que não sei” (e abençoada seja eu por isso) e ele, pobre, disse que depois a gente conversaria novamente... E eu pensando: “Que vá com deus ou com o capeta para todo o sempre, amém!”.
Nada me pareceu mais correto que usar o que Osho disse acima, neste caso em questão, e, também na vida e nas experiências que tenho tido. Muito dos meus melhores momentos, meus momentos fabulosos, fantásticos, muitas das minhas experiências como magista, muito do que eu pude realmente compreender com meus sentidos, jamais eu conseguiria descrever com palavras. Então, pouco me importa, ou pouco me importou naquele momento naturalmente o que eu poderia teorizar daquele símbolo, logo que ele só terá qualquer utilidade para mim quando eu estiver em comunhão com ele e sentir ele e compreender ele pelos meus próprios sentidos, corretos ou incertos, mas meus, indescritíveis, indiscutíveis, meus sentimentos...

terça-feira, março 06, 2007

Erotognosis


Erotognosis
by Frater Choronzon 999
Tradução por Hedra Babalon (
hedra666@hotmail.com)
Texto retirado do site do Phil Hine:
http://www.philhine.org.uk/

Gnose é uma palavra grega para ‘conhecimento’ ou ‘meios de conhecimento’, particularmente em um senso esotérico. Na interpretação tradicional ela é mais aplicada tanto para uma direta investigação intelectual como para qualquer técnica de modificação de consciência ou ganhar experiência direta através disso. O conceito de gnose como um caminho para esclarecimento é tradicionalmente associado como uma preparação para diversos grupos filosóficos e religiosos o qual emergiu no Egito durante séculos antes da Era Cristã. Naquele tempo em que a localização era caracterizada pelas misturas, a visão Egípcia Tradicional do mundo, a qual foi uma orientação mágica de modo distinto, com influências Romanas, Gregas e assimilada com a cultura Mesopotâmica, e o atualmente conceito emergente Salvacionista, o qual foi um essencial componente do Cristianismo desde cedo.

O Gnosticismo foi profundamente suprimido pelo Cristianismo antes do estado religioso durante o declínio do Império Romano, e os proponentes foram condenados como heréticos depois do Concilio de Nicea em 325 DC. O que parece certo é que a Tradição Gnóstica teve um número de seitas perseguindo seus próprios caminhos mágicos-místicos – um ambiente poderoso similar pode ser dito existir hoje em dia entre os modernos ocultistas ocidentais. Alguns dos antigos Gnoticistas parece ter incorporado práticas eróticas, ou no mínimo o conceito fálico devocional em suas práticas. Um excelente pedaço de evidência para esta sugestão existe entre uma coleção de esculturas Cristãs no Museu do Vaticano – ou seja a devocional imagem “Soter Kosmou” (Grego: “O Salvador do Mundo”). Não se sabe se no meio desse pedaço, datando do primeiro século, é atualmente uma exposição, como pode ser considerada ofensiva ou mesmo que blasfêmia. Consiste de um galo antropomórfico onde a cabeça é metamorfoseada dentro de um desproporcionalmente grande falo ereto. Em tempo recente a existência destes antigos ícones cristãos foi destacada por defensores das Notícias Gays em defesa daquela publicação contra a existente ação que serviu sobre a rara ofensa criminal de Difamação Blasfemica.
Nos dias de hoje entre os praticantes de ocultismo (e não somente os magistas do Chaos) há algum consenso que o induzimento de um estado de gnose é um pré-requisito essencial aplicável para qualquer atividade magicka, seja divinação, encantamento, evocação, invocação ou iluminação. Várias técnicas têm sido descritas pelas quais do mesmo modo um estado alterado de consciência pode ser induzido, e estas têm sido divididas entre duas amplas categorias de ‘Gnose Inibitória’ e ‘Gnose Excitante’ por Peter Carroll. A classificação não é absoluta, e praticantes de ocultismo usualmente encontram sobre um nível pessoal que algumas técnicas trabalhadas são melhores que outras, ou aquela técnica particular para a indução de gnose são mais efetivas que outras quando aplicadas para um intento específico.

As técnicas inibitórias são geralmente contemplativas ou yogues em caráter e são voltadas para reduzir os estímulos sensoriais, incluindo a consciência num coma e no final das contas a morte do ser considerada como o fim extremo da escala – Thanatos.

As técnicas excitantes, em contraste, dependem de uma hiper-estimulação como um meio de alterar a consciência. Extremos de dor ou medo ou persistência com alguma atividade física (assim como uma dança agitada dervixe) para o ponto de exaustão pode ser efetivo, mas o clímax sexual como a ultima expressão de vida representa o pináculo da gnose excitante – Eros.
Desta forma ‘Erotognosis’ é a realização da modificação de consciência por estimulação sensorial de uma natureza sexual.

Há diferenças fisiológicas entre humanos masculinos e femininos, com respeito ao clímax sexual, ainda que generalizando, talvez não necessariamente aplique para algumas pessoas em particular. Homens normalmente progressivamente experimentam um elevado nível de despertar no pico do orgasmo, o qual é seguido por uma abertura, apesar das circunstancias favoráveis que o ciclo pode ser repetido um número de vezes. Muitas mulheres, em contraste, não podem tolerar a abertura do despertar depois de um orgasmo primário, e com estimulação sensível contínua é capaz de experimentar uma progressão ao pico do clímax até que um ponto de total exaustão física é alcançado.

A Erotognosis transcendente é o estado de consciência ao qual é experimentado imediatamente precedente e no ponto de orgasmo, e então, por razão de psicologia, o estado ‘gnóstico’ pode ser sustentado pelas mulheres durante um longo período de tempo do que normalmente é possível para os homens.

A chave para sustentar a erotognosis para homens é controlar a reação física para aplicar estímulos, assim como para estender a duração da fase do máximo despertar imediatamente precedendo o orgasmo, sem o processo adiante para a ejaculação e a subseqüente abertura. Esta é essencialmente uma importância de controle da mente e corpo, e com uma sensível e apreciável companheira pode se tornar uma divertida prática partilhada.

A importância de algumas técnicas em aplicações ocultas e na gratificação hedonista, foram reconhecidas por Crowley que escreveu um longo artigo sobre o assunto intitulado como “Entusiasmo Energizado”; este está incluído no livro Gems from the Equinox. Sexólogos mostram como lidar com a ejaculação precoce e tem também sugerido técnicas similares de controle do corpo e mente. A técnica conhecida como ‘Karezza’ ou ‘Dianismo’ estende o controle do orgasmo masculino para o ponto onde a ejaculação é efetivamente reabsorvida pelo corpo; minha própria visão é que enquanto isto pode ser interessante para tentar como um experimento do controle físico, não concede particular valor em alguns sensos ocultistas. Outros têm uma opinião diferente, mas eu acredito que no final das contas liberar a ejaculação orgasmática é uma parte essencial da experiência Erotognosis para um homem, e que negar esse elemento no processo reduz a eficácia de algumas mágicas que talvez não serão tomadas para si, assim como o ser não se realiza em um senso físico-emocional.

Erotognosis é essencialmente uma experiência pessoal, mas a maioria das pessoas acha mais efetivo se os primeiros estímulos sensuais for administrado por outra pessoa. Se o objetivo é uma simples produção para uma amostra de fluídos corporais para algum propósito então obviamente um pode ser necessário para o outro, mas se o alvo é o esquecimento de gnose para qualquer renúncia de controle pessoal é sexualmente atraente.

A maioria do que colocarei adiante tem sido formulado em termos do chamado praticas sexuais da ‘direita’, mas que não exclui as amplas dimensões da expressão erótica. Basicamente qualquer uma poderá ser efetiva para você, e, mutuamente, será improvável que alcance muito mais no caminho da gnose através da participação em qualquer prática erótica que você ache repugnante. Isso não é dito para desencorajar a experimentação; eu encontrei pessoas que achavam a idéia de sexo oral repulsiva até eles receberem essa forma de prazer; idem para a massagem com óleo de corpo; idem para suave bondage; idem para sexo grupal. Com a erotognosis há uma conversa sobre as técnicas de estimulação sensorial para uma reação cerebral essencial, não necessariamente sobre um romance ou caso de amor, ainda que se isso acontecer pode elevar a experiência.

Em soma pode ser útil dar alguma indicação das aplicações típicas das técnicas erotognósticas em cada uma das várias áreas de atividades magickas. Estas são apropriadas tanto para praticantes masculinos quanto femininos, e eles assumem a participação desejosa e proposital de no mínimo um companheiro para prover a estimulação sensorial, se do mesmo e/ou sexo oposto é inteiramente um assunto de preferência pessoal. Nos nossos tempos existe uma óbvia advertência de sérios riscos de vida por infecções virais advindas de penetração sexual sem proteção, transferindo fluídos corporais, o que deve ser prevenido, a menos que você conheça em particular a história pessoal e sexual do seu companheiro.

Eroto-Adivinhação serve para obter respostas para suas questões. Próximo do ponto de orgasmo (para homens) ou no curso de uma seqüência de orgasmos (para mulheres) formule uma questão intensamente em sua mente. Permite-se submergir na sensação se conduzindo para cobrir-se de êxtase e pegue nota de qualquer pensamento aleatório ou imagem que invadir sua consciência – interprete estas como respostas para sua questão. Este processo pode ser repetido com diferentes questões, ou você pode perguntar o mesmo novamente para procurar esclarecimento de uma questão previamente feita. Os homens podem encontrar esta questão e responder rotineiramente atrasando o orgasmo, e que o eventual clímax da experiência é o mais intenso por fazer através do exercício. Como uma alternativa, a pessoa experimentando a erotognosis pode ser encorajada para fazer pronunciamentos oraculares enquanto em clímax – adivinhação por orgasmancia!

Na evocação o objetivo é imbuir algum material base com a essência vital ou para atrair em seguida e criar um servidor sem material ou entidade para energizar a aura de um operador nos espasmos de êxtase. Um claro enunciado de intento pode ser feito para a abertura do trabalho. Esta classe de operação pode ser mais efetiva se conduzida em um grupo de trabalho, o participante sinceramente entrega a sua erotognóstica manifestação (homem ou mulher) coloca uma venda sobre os olhos e se sujeita para a suave contenção física. Ainda que os fluídos sexuais possam ser usados para carregar a base material, a transpiração da paixão é igualmente apropriada, assim como o sopro exalado com o grito do clímax extático.

A invocação erotognóstica tipicamente pega a forma do Hieros Gamos. Alternativamente a gnose pode ser induzida por meios indicados e também usada como um canal por meio do qual o operador pode pegar sobre a manifestação de alguma deidade apropriada, com outros participantes vocalizando qualquer encantamento.

Técnicas eróticas são particularmente apropriadas para um encantamento. Um sigilo pode ser construído para representar o resulto do intento do trabalho usando algum processo padrão, por exemplo, aquele feito em Book of Pleasure (Livro do Prazer) de Austin Osman Spare, o qual tem sido desenvolvido em paráfrase por muitos outros autores mais recentemente. Assim um sigilo pode ser fortemente visualizado no momento do clímax erótico. Alternativamente um ato conjugal de mútua estimulação pode ser dedicado do mesmo modo para um intento; Uma representação no papel do sigilo pode ser colocada sob o altar de paixão, e talvez na esquerda se um progressivo encantamento é intentado. Alternativamente o sigilo pode ser inscrito sobre papel de arroz, ou sobre um biscoito de chocolate o qual pode ser quebrado numa porção que será consumida por cada participante. Até o ponto da realização coletiva do estado erotognóstico o sigilo poderia ser simbolicamente reconstituído e o encantamento efetuado.

Iluminação por erotognosis é potencialmente uma experiência devastadora. Um processo efetivo pode abrir com um despertar e processo de estimulação ao longo das linhas que começaram sobre a evocação, mas este poderia ser cuidadosamente aplanado por um despertar ‘conta-gotas’ para cada senso em transformação, com estímulos visuais negados até que o contido recipiente de frustração seja absoluto. Padrões poderiam ser então arranjados quando as vendas dos olhos são removidas e a contenção é liberada, o operador é instantaneamente transportado para um buraco de tormento dentro de um paraíso de satisfação. Algum cuidado é oportuno aqui. O operador talvez experimente uma intensa realização emocional e o trabalho não poderia ser empreendido por alguém que não tenha um corpo físico saudável. O objetivo é a iluminação através da moderna Gnose Excitante. Sobre uma outra mão, a existência da ‘Foda para a morte’ tem sido o melhor caminho para seguir.

quinta-feira, março 01, 2007

Avôhai - Zé Ramalho

Um velho cruza a soleira
De botas longas de barbas longas de ouro o brilho do
seu colar
Na laje fria onde coarava sua camisa e seu alforge de
caçador
Oh meu velho e invisivél Avôhai
Oh meu velho e indivisível Avôhai
Neblina turva e brilhante em meu cérebro coágulos de
sol
Amanita matutina que transparente cortina ao meu
redor
Se eu disser que é meio sabido você diz que é bem
pior
E pior do que planeta quando perde o girassol
É o têrço de brilhantes nos dedos de minha avó
E nunca mais eu tive medo da porteira
Nem também da companheira que nunca dormia só/Avôhai
O brejo cruza a poeira
De fato existe um tom mais leve na palidez desse
pessoal
Pares de olhos tão profundos que amargam as pessoas
que fitar
Mas que bebem sua vida sua alma na altura que mandar
São os olhos são as asas/cabelos de Avôhai
Na pedra de turmalina e no terreiro da usina eu me
criei
Voava de madrugada e na cratera condenada eu me calei
Se eu calei foi de tristeza você cala por calar
E calado vai ficando só fala quando eu mandar
Rebuscando a conciência com medo de viajar
Até o meio da cabeça do cometa
Girando na carrapeta no jogo de improvisar
Entre cortando eu sigo dentro a linha reta
Eu tenho a palavra certa pra doutor não reclamar
Avôhai/Avôhai/Avôhai