Enquanto busco por palavras em minha mente para descrever as coisas que por ela passam, há um abismo dentro de mim, uma melodia que canta em silencio, um sonho que se sonha só.
E eu estou dançando ao vento, sem haver quem me veja, eu danço ao vento, talvez por ser tudo o que me resta, o grito é silencioso demais para ser ouvido.
E o som, o som me parece como ondas furiosas a bater em pedras e as pedras, bem, as pedras sequer se movem ou demonstram qualquer sentimento.
E eu não tenho medo da morte, porque com ela já dancei muitas vezes, e eu não tenho medo da reclusão, porque ela tem sido minha companheira de eras infindas,
E eu não choro mais porque tudo o que eu quis não saiu exatamente da maneira que eu queria, e a mudança não é uma ameaça, porque gosto de correr riscos.
Não tenho medo de viajar pelo infinito, porque lá é minha morada, não espero por um porto para me sentir segura, porque restou-me eu em mim.
E embora eu me sinta triste, não significa que eu irei desfalecer, e ainda que triste, há uma insana alegria em mim e que só a mim pertence.
Então, eu gostaria de dizer que gosto de ser a distante, talvez porque quanto mais longe, mas desejamos alcançar.
E em meu tabuleiro não há peças, não há nada para jogar, minhas brincadeiras somente a mim pertencem agora e eu me sinto como um deserto a esperar pela chuva.
Também não espero que isso faça algum sentido, pelo prazer de morrer, pelo sonho de esquecer, pelas as ruas escuras nas quais caminho.
E no céu não há uma lua, somente um mar de estrelas e o vento nem me é frio e nem quente, embora me é excelente, como sempre.
Aperto em minhas mãos a ponta de meu vestido, como uma menina a esperar por algo num quarto vazio e por mais que isso parece triste, eu me sinto segura aqui.
Longe... francamente longe, segura em meu mundo, oculta pelos véus que certa vez foram levantados, ter-me por perto terá agora que ser conquistado.
2 comentários:
Gostaria de aplacar a sua tristeza...
Espero não ser o motivo dela...
Pois apenas coisas boas quero lhe dar.
Mesmo que seja doces brisas noturnas...
Não é o motivo de minha tristeza e acho que jamais será.
E nem sempre a tristeza precisa de um motivo para manifestar, um pensamento pode desencandear inúmeras emoções.
Você é a brisa doce que sopra a noite.
Os sussurros que me inspiram.
O brilho da lua quando ela me falta.
Sonho!
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