Perdi uma parte de mim, deixei em minha terra natal, deixei no fundo do quintal,
Voltei mais inteira, ainda que totalmente incompleta, mais feliz, ainda que triste
Deixei não só algo que há em mim, mas também amigos, desejos, abraços, sonhos e amores,
Deixei um pranto, uma rosa, um vento e um grande vaso repleto de doces sabores.
Deixei àquela que encontrei certa vez na infância na esquina da rua de casa,
Deixei um sorriso no vento e uma lágrima ao solo, enquanto caminhava, tristemente partia
E ainda que eu me sentia totalmente cheia, eu estava vazia, ainda que linda, vazia...
E esta garota, simples menina, recordava, chorava, cantava e sorria.
Uma canção sobre nômades tocando intensamente em minha mente, me fazendo pensar no que sou,
E ainda que sem lar e de muitos lares, de nenhum e de todos os amores, este vaso se quebrou,
E aqui eu estou, a escrever sem parar, porque todavia meu coração só pensa em voltar,
Nas lembranças, embora eu não vejo o mar, eu queria! Eu queria! Sob a neblina novamente estar.
Chora coração, quem mandou você desejar ser sempre tão aventureiro? Ser um marinheiro?
Sempre há os momentos de partir, de chorar, de cantar e rir, momentos de se despedir,
Agora estamos novamente partindo, para outro lugar indo, sem rumo, sem quem nos acalente,
Eu disse à você, coração inocente, que da infância você jamais quereria novamente voltar...
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